Na aula da última segunda-feira, 20/05, com base no texto de Jorge Pedro Sousa, o professor Rodrigo Rossoni nos apresentou à história e evolução do fotojornalismo. A palavra credibilidade ficou na minha mente. Talvez seja ela a palavra-chave no que diz respeito às imagens empregadas na atividade jornalística. O “acreditar mais”, o caráter de existência dos fatos de que se toma conhecimento quando se lê uma notícia, principalmente nas chamadas hard news, é potencializado com o emprego de fotografias ilustrativas da realidade. Elas buscam ancorar a parte textual da notícia ao universo ao redor do leitor.
De fato, é impactante o poder das fotos no imaginário do leitor e na sua compreensão dos acontecimentos e de seus efeitos políticos, sociais, culturais e econômicos. Me vem à mente a expressão de medo, angústia e horror presente em todo o corpo da jovem vietnamita atingida por substâncias presentes na bomba napalm, na guerra do Vietnã. Os corpos mutilados e sem vida do estadunidenses que lutaram na Guerra de Secessão. E a contradição social presente no nosso país ao ver um morador de rua ter de dormir na calçada justamente em frente a uma loja de colchões.
Me pergunto o quanto a imprensa e seus leitores não perderiam com a ausência de imagens na produção jornalística. É claro que as fotografias precisam do complemento textual para se fazerem compreender melhor, mas, fundamentalmente, talvez nos lembremos mais de imagens icônicas do que de textos memoráveis quando tentamos nos remeter, rapidamente, a algum evento do passado. O imagético chega mais rápido à nossa mente, à nossa memória, pelo menos é o que me parece.
Outra característica evidenciada pelo professor Rossoni que decantou no meu pensamento foi o traço e a capacidade de o fotojornalismo ser usado como fio condutor para se contar uma história, como elemento narrativo. É o que vem acontecendo com o emprego dos slide shows fotorreportagens, fotogalerias, fotos nos perfis de redes sociais institucionais de empresas jornalísticas e, fora do ambiente fotojornalístico, até mesmo no upload e compartilhamento de fotos pessoais nas nossas redes sociais individuais, onde narramos nossas próprias vidas através de imagens que nos são significativas.
O ato de contar histórias através de imagens é algo intrinsecamente humano, que remonta às pinturas rupestres. É uma característica que nos faz cúmplices de nossa própria história. O fotojornalismo é uma dessas vertentes da transmissão de histórias com ancoragem no imagético. Com a evolução constante da tecnologia, ele vem tendo de se reinventar. A concorrência é grande, com as TVs fechadas e abertas, os Smartfones as TVs digitais, a areia movediça na qual o jornalismo impresso se encontra já há algum tempo. Mas, talvez, nunca tantas possibilidades de atuação tenham se apresentado ao fotojornalismo, com a interação multiplataformas, a convergência das mídias, o imbricamento de linguagens. A hora de mudar chegou!
Alan Gusmão
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