terça-feira, 9 de julho de 2013

Urbex Brasil: lugares ainda não explorados


Há pouco tempo vi uma postagem de um amigo no Facebook intitulada Fotógrafos registram os 35 lugares abandonados mais bonitos do mundo. Curti o post, cliquei no link, li e vi, respectivamente e bem rápido, a sucinta descrição do que se tratava e as belíssimas fotografias. Eram imagens icônicas de lugares antes habitados, ou com algum indício da passagem humana, mas agora abandonados. Lugares esquecidos pela humanidade, deixados praticamente intocados e que, aos poucos, vão sendo novamente tragados pela natureza, que se apropria, ao seu ritmo, das antigas construções dos seres humanos que lá habitavam ou que por lá passaram. Paralelamente a essa retomada da natureza de um território originalmente seu, porque usurpado e transformado pelo homem, este mesmo homem redescobre estas paragens que, agora, se tornaram remotas.

Decidi resgatar aquele post para a minha terceira postagem no blog Effe 22. Ao ler novamente a descrição contida no link me deparei com a palavra urbex. Seu significado: um hobby no qual aventureiros registram imagens fotográficas de lugares abandonados e que, por esse mesmo abandono, se tornaram detentores de uma beleza singular.

Fucei mais um pouco na web e me deparei com o site Urbex Brasil (www.urbex.com.br) dedicado ao registro desse hobby por praticantes brasileiros. Uma passagem do site me interessou bastante, elucidando, de forma sucinta e clara, o urbex:

O que começou como passatempo entre alguns estudantes, alcançou o mundo, transformando-se em uma nova sub-cultura.

Graças aos sites sobre exploração urbana e comunidades por eles criadas, tornou-se um hobby muito popular e tem tido crescente cobertura da imprensa.

A fotografia de exploração, em suas variantes Urbana, Rural, Industrial e muitas outras, nos desafia e chama nossa atenção. Através da decadência que nos habituamos a ignorar, recupera valores históricos e culturais, encanta os olhos e agrada a alma.

Cria histórias através de grafismos, desafiando-nos com imagens, por vezes difíceis de se captar, resgatando assim, o passado de lugares muitas vezes esquecidos.

Deixamos o conforto de fotografar "o motivo" para fotografar "no motivo". Entrar, olhar e reparar. Registrar e deixar tudo em seu lugar!

Neste mesmo site encontrei um link para uma matéria, de 2011, da revista Veja sobre o assunto: Os caçadores de lugares esquecidos(http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/os-cacadores-de-lugares-esquecidos).

Nela, descobri que o conceito do urbex, de exploração urbana, surgiu no anos 70 nos EUA, mais especificamente em São Francisco, preconizado pelo Suicide Club (Clube do Suicídio). Eles vasculhavam ambientes da cidade, como túneis, pontes e igrejas. No Brasil a prática aportou em 2010.

Uma das características marcantes do urbex é a de não deixar vestígios da, digamos, empreitada urbana. Também não é permitida a entrada “forçada” nos ambientes através de arrombamentos, o que se constitui num código de ética de seus apreciadores.

No site Urbex Brasil e na matéria da Veja, mais especificamente nesse link (http://veja.abril.com.br/multimidia/galeria-fotos/slideshow/exploradores-urbanos), há fotos deslumbrantes de lugares e construções abandonadas. Parece que o tempo parou nesses espaços.

Segundo a matéria, o sonho dos praticantes do urbex é conhecer a cidade de Pripyat, no norte da Ucrânica, onde ficava a usina nuclear de Chernobyl, na qual, em 1986, houve uma explosão 400 vezes maior do que a de Hiroshima, na II Guerra Mundial.

Com características de cidade fantasma, ela é o sonho de consumo dos praticantes de urbex.


Alan Gusmão

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